quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dias que se fizeram assim #5

 (fonte atribuída assim que descoberta)


Acompanhei em directo a despedida de Bento XVI da Santa Sé e a sua partida para Castelo Gandolfo, com lágrimas a bailar nos olhos e um grande nó na garganta. Confesso que nunca pensei que tal me viesse a acontecer. Enquanto o helicóptero se afastava do Vaticano, levando consigo o Sumo Pontífice, constatei que esta despedida me estava a custar mais do que a despedida terrena do seu antecessor, João Paulo II. Coisa que nunca admitiria e suporia aquando da sua eleição (e, em boa verdade, durante muito tempo depois). Bento XVI deu-nos, não só ao longo destes dias depois da surpreendente resignação, como ao longo do seu pontificado, um grande exemplo de coragem, humildade, serenidade e sapiência. Com esta atitude plena de lucidez e amor à Igreja, conquistou o meu respeito e admiração. Sem dúvida, um grande homem e um grande testemunho de fé.
Obrigada, Bento XVI.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Poemas e Pensamentos #4


Não penses. Que raio de mania essa de estares sempre a querer pensar. Pensar é trocar uma flor por um silogismo, um vivo por um morto. Pensar é não ver. Olha apenas, vê. Está um dia enorme de sol. Talvez que de noite, acabou-se, como diz o filósofo da ave de Minerva. Mas não agora. Há alegria bastante para se não pensar, que é coisa sempre triste. Olha, escuta. Nas passagens de nível, havia um aviso de «pare, escute, olhe» com vistas ao atropelo dos comboios. É o aviso que devia haver nestes dias magníficos de sol. Olha a luz. Escuta a alegria dos pássaros. Não penses, que é sacrilégio. 

Vergílio Ferreira, in "Conta-corrente - nova série - 2"

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Dias que se fizeram assim #4



Entre ontem e hoje, a natureza deu-me tudo, como eu gosto: chuva da boa, saraiva e trovoada. E, a espaços, uns vislumbres do sol e céu azul. É preciso ter os olhos bem abertos e a apetência para buscar os detalhes. De outro modo, acabamos sempre por perder o arco-íris.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Chão que já pisei, lugares que já vivi #2

Lagoas de Bertiandos e São Pedro d'Arcos, Ponte de Lima.


Paisagem protegida de elevado interesse nacional e internacional, aqui se conjugam vários tipos de fauna e flora. O rio Estorãos dá o mote para a formação das lagoas. Podemos caminhar sobre elas através de uma vasta extensão de passadiços, entrecortados a espaços por postos de observação da fauna. São várias as rotas e percursos que o visitante pode eleger e, acreditem, passa-se ali um dia esplêndido, longe do bulício da cidade e enlevados na natureza. Num espaço de cerca de 350 hectares, cruzamo-nos com zonas húmidas e não húmidas, zonas de pasto e agrícolas, bosques e vegetação variada. Esta diversidade paisagística reune condições excepcionais para ser habitat de mais de 200 espécies de animais, entre peixes, répteis, aves, anfíbios e mamíferos. Desviada uns metros da zona das lagoas, encontramos a Quinta de Pentieiros, cuja principal função é fornecer infra-estruturas de apoio, nomeadamente ao nível do alojamento e desenvolvimento de actividades pedagógicas e de lazer associoadas à agricultura e ruralidade. É um espaço perfeito para um dia de lazer ou um fim-de-semana fora de portas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Dias que se fizeram assim #3

Foi há sete anos. Se uma licenciatura, nos nossos tempos, não é garantia de nada, nem por isso deixou de ser um marco na minha vida. São ténues as lembranças desse dia onde o ciclo se fechou. Lembro, todavia, da sensação de paz, de dever cumprido (e se eu o levei a peito!). Acima de tudo, assolou-me uma grande sensação de vitória. Há minutos, ouvia a Renascença e passaram a música que sempre me fará voltar a este dia de há sete anos. Não é uma canção óbvia e a coincidência (ou providência) fez-me sorrir.

Poemas e Pensamentos #2

Olhos que olham são comuns. Olhos que vêem são raros.

(J. Oswald Sanders)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dias que se fizeram assim #2

Esperava que a minha companhia para o serão chegasse e optei por me sentar numa das zonas de descanso do shopping. Não me chateia ter de fazê-lo: eu gosto, realmente, de observar pessoas (já percorrer lojas, dispenso). Foi quando os vi, a começarem a trilhar o corredor em direcção ao sítio onde me encontrava. Jovens, quase de certeza na casa dos vinte. Ele numa cadeira de rodas, que impulsionava com a mão direita. Dava-lhe a esquerda e caminhavam lado a lado, de sorriso no rosto, a conversa a fluir alegremente. 

Aflorou-me o sorriso aos lábios e ao coração. Pedi a Deus que nada, nem ninguém, conseguisse beliscar um amor tão grande, capaz de superar as maiores barreiras. E que sigam sempre assim, em plena comunhão, na estrada da vida. De mais amor (e de exemplos como este) é do que precisa este mundo.