Largo do Toural, 2012
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Portugal, um país especial! #1
Programa "Paraísos Cercanos", da TVE, dedicado a Portugal. Um excelente trabalho!
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Poemas e Pensamentos #1
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma
maneira
E as árvores não serão menos
verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não
tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de
amanhã,
Morreria contente, porque ela era
depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando
havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que
tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo
que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro
contente,
Porque tudo é real e tudo está
certo.
Podem rezar latim sobre o meu
caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar
à roda dele.
Não tenho preferências para
quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será
o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas
Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Aquele momento #2
É engraçado ouvir o meu Pai descrever as suas viagens de comboio, ali por volta dos anos 60, nos tempos em que cumpria o serviço militar. Hoje, devido ao acidente ocorrido na estação de Alfarelos, lá veio o mote para recordar, novamente, a vida daquela estação. Começa por entoar aquele "Alfareeeeeelos", extinto denunciador da chegada à estação. Depois, recorda os vendedores ambulantes: regueifa, rebuçados e água fresca. Convém recordar que naqueles tempos não havia a bordo as comodidades de hoje em dia e quem ia de viagem tinha de se precaver... Imagino que, naqueles minutos em que o comboio estacava naquela estação, fosse uma cacofonia de pregões. Era o tempo das estações vivas, apressadas, agitadas por fora e por dentro. Hoje, mesmo naquelas que continuam a receber a visita dos comboios, o ambiente é moribundo. Nunca mais me esqueço dos momentos de desconforto que passei na estação de Lousado. Parecia que tinha sido largada num qualquer lugarejo perdido no interior desertificado. Não se via vivalma, nem eram audíveis quaisquer sinais de civilização. E pergunto-me: porquê? Porque se fecham as estações a sete chaves e se retiram os colaboradores dali? Fica-se sem informações, sem estruturas de apoio, sem segurança (sim, sobretudo sem segurança). Não podiam ser estes espaços também utilizados como pontos de divulgação do país, em termos de gastronomia, de artesanato e de ofertas turísticas a nível local e nacional? Ao invés, priva-se os passageiros de espaços que são seus e, pior, fecham-se linhas de forma cega. Estou em crer que alguém anda a ver mal as potencialidades deste meio de transporte e a desvalorizar a sua importância para o desenvolvimento e sustentabilidade das regiões. Mas isto talvez seja eu que, neste assunto, não consigo separar o coração da razão.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Dias que se fizeram assim #1
PAM!
Desvio a atenção do que estava a fazer e olho a janela, à procura da origem do estrondo. Ainda vou a tempo de o ver a tombar sobre um vaso e daí a deslizar para o chão. Compreendo: vinha tão empenhado no seu voo que embateu contra o vidro. Ficou estático, atordoado com o choque. Combalido. Abri a janela e tomei-o nas mãos, sem esforço. Deixou-se ficar...
Quando senti as asas a quererem afastar as minhas mãos em concha, larguei-o. Lançou-se num voo perfeito e repicado. Enquanto o via a planar, em direcção à sua árvore, pensei que aquele pequeno pássaro me tinha acabado de trazer uma mensagem:
"Podes levar o maior embate na tua vida. Sem aviso prévio. Sem rede ou tábua de salvação. Leva o tempo que precisares para recuperar as forças e o ânimo. Leva o teu tempo. E aí... Aí, voa!".
Desvio a atenção do que estava a fazer e olho a janela, à procura da origem do estrondo. Ainda vou a tempo de o ver a tombar sobre um vaso e daí a deslizar para o chão. Compreendo: vinha tão empenhado no seu voo que embateu contra o vidro. Ficou estático, atordoado com o choque. Combalido. Abri a janela e tomei-o nas mãos, sem esforço. Deixou-se ficar...
Quando senti as asas a quererem afastar as minhas mãos em concha, larguei-o. Lançou-se num voo perfeito e repicado. Enquanto o via a planar, em direcção à sua árvore, pensei que aquele pequeno pássaro me tinha acabado de trazer uma mensagem:
"Podes levar o maior embate na tua vida. Sem aviso prévio. Sem rede ou tábua de salvação. Leva o tempo que precisares para recuperar as forças e o ânimo. Leva o teu tempo. E aí... Aí, voa!".
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Chão que já pisei, lugares que já vivi #1
Miradouro de Senharei, Arcos de Valdevez.
É um miradouro bem cuidado e que nos oferece uma paisagem soberba. Bem sei que a foto não condiz com as minhas palavras, mas se algum dia passarem por esta bela vila do Alto Minho, sigam as indicações para o miradouro e comprovem com os vossos próprios olhos. E, lá chegados, deixem-se abraçar pela paisagem, deixem o olhar perder-se nela e abram os braços ao horizonte. Foi o que fiz.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Recomecemos, portanto!
Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
Miguel Torga
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
Miguel Torga
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