quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Dias que se fizeram assim #1

PAM!

Desvio a atenção do que estava a fazer e olho a janela, à procura da origem do estrondo. Ainda vou a tempo de o ver a tombar sobre um vaso e daí a deslizar para o chão. Compreendo: vinha tão empenhado no seu voo que embateu contra o vidro. Ficou estático, atordoado com o choque. Combalido. Abri a janela e tomei-o nas mãos, sem esforço. Deixou-se ficar...
Quando senti as asas a quererem afastar as minhas mãos em concha, larguei-o. Lançou-se num voo perfeito e repicado. Enquanto o via a planar, em direcção à sua árvore, pensei que aquele pequeno pássaro me tinha acabado de trazer uma mensagem:

"Podes levar o maior embate na tua vida. Sem aviso prévio. Sem rede ou tábua de salvação. Leva o tempo que precisares para recuperar as forças e o ânimo. Leva o teu tempo. E aí... Aí, voa!".

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