sábado, 12 de setembro de 2015

A Praça

A manhã já vai a meio mas a cidade ainda acorda, pachorrenta. Pássaros em bardas entrecortam o silêncio matinal com trinados alegres. Locais cruzam a Praça em passo estugado, enquantos grupos de forasteiros se demoram nos pormenores da arquitectura envolvente. Estico os pés, sem vergonha, sobre a cadeira vazia da frente e sorvo o meu café pingado. Fecho os olhos, não para saborear melhor as notas de café, mas para absorver a música da cidade. O sino junta-se aos pássaros no quebranto do silêncio. A conversa flui na mesa acima e a rotina da vida na Praça faz-lhe companhia. No momento seguinte, cessa a sinfonia, para reinar o silêncio e a Praça ficar quase vazia. Quase, porque estou lá eu.



Talvez... Talvez eu não anseie as grandes praças do mundo porque a melhor, a mais formosa, tenho-a sempre aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário